2004-12-01

CONCERTO: Epica + Visions of Atlantis (Alenquer, 2004-11-16)

por Ragnav

Terça, um frio do caraças, 22 horas, Alenquer. Tudo corria bem, bebi o meu café, o Rock House é uma excelente casa, o palco tipo primeiro balcão é engraçado, as bandas são colocadas numa varanda de admiração e eis que entram os Visions of Atlantis. E como disse, o dia até aqui corria bem.
Miúda gira, a vocalista, que logo na primeira música nos brinda com os seus dotes vocais mas algo tipo metrelhadora deixada cair: dispara que nem uma doida, sem controlo; ainda tem de aprender mas tem potencial. Já o outro vocalista, enfim, nada de especial, não me apercebi de momentos de desafinação mas falta força na voz, e espírito. No fundo é o que acho que falta à banda toda, espírito e talento.
A secção rítmica está bem mas o guitarrista ainda é muito verde e por vezes notam-se falhas, nomeadamente nas entradas no solo, normalmente fora de tempo; o próprio solo é muito fraco, más transicções de notas, pregos e uma sensação de que se podia fazer melhor daqui a uns anos. As músicas são banais, muito coladas a Nightwish, reminiscências de um Oceanborn e até Wishmaster são óbvias, mas são só reminiscências, nunca se notou algo que pudesse revelar uma banda com futuro. Acho que os austríacos já paravam de lançar bandas, pois desde os Dream of Sanity que não oiço nada de jeito da Áustria, nem mesmo os Edenbridge.
Depois vêm os Epica e aqui a loiça é diferente, e partiram-na toda. E o dia voltou a correr melhor. Após parar de babar com a vocalista que é muito bonita mesmo, lá comecei a ouvir o concerto. Nas duas primeiras músicas tiveram alguns problemas de som, as guitarras estavam muito baixas, mas isso talvez seja o meu gosto pessoal.
E estas foram as piores músicas, ou porque estavam nervosos ou por falta de preparação parecia faltar algo, a voz dela estava mal, também por andar aos pulos e em headbangings, ou talvez por falta de aquecimento vocal.
A partir daqui encontraram-se, e apesar de um público frio conseguiram conquistar a plateia com momentos altos como Feint acústico. Não se notaram falhas por partes dos músicos, em tempo, afinados, muito bom, muito profissionais; apesar disso notava-se no final que o baixista já estava um bocado farto.
Uma nota para os excelentes vocalistas que os Epica têm, não só ela mas também o guitarrista com uma voz poderosa que vai do Growling a um Skrieshing poderoso. Um bom concerto dos Epica onde o que pecou foi mesmo o Rock House ter um primeiro andar com mesas e quererem pôr o pessoal a ver concertos sentados, não se enquadra no espírito e os músicos mostraram isso mesmo à malta que não vibra com o espectáculo, quando só puxavam pelo público do andar de baixo.
Ah!, e também pecaram os Visions of Atlantis, espero que crescam e maturem porque por agora aquilo está mau...

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