2004-12-08

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Hail (Saudação de um true) (lol)
Fica aqui iniciada a minha cooperação mais activa com este blog, que espero ser contínua e bastante produtiva.
Aproveito e também testo isto.

Abraço ao Centaurus e a todos os leitores.

Ragnav

2004-12-04

CONCERTO: Anathema (Lisboa, 2004-12-03)

por Centaurus

Cheguei agora a casa vindo de um magnífico concerto acústico dado pelos irmãos Cavanagh, dos Anathema, no Auditório do Instituto Português da Juventude (perto da Expo, Lisboa). Vincent (voz e guitarra) e Daniel (guitarra, teclado e voz) fizeram-se acompanhar por um violoncelista para oferecer aquele que foi um dos melhores concertos a que já assisti - e a que provavelmente assistirei!
Para quem não conhece, os Anathema começaram por ser uma banda de doom metal, em 1990. Desde então têm progredido para um suave rock gótico, muito melancólico e nostálgico. O concerto acústico (que não teve nada a ver com metal, evidentemente) foi mais do que apenas brilhante. Com temas como "Angelica", "Fragile Dreams" e "Are You There", os irmãos Cavanagh conseguiram transmitir musicalmente uma carga emocional muito forte - já existente nas versões originais, sendo que ao vivo se apresenta de uma forma ainda mais poderosa - que deixa qualquer pessoa minimamente sensível completamente rendida.
Tecnicamente o concerto foi também muito bom. Daniel mostrou ser um excelente intérprete, quer na guitarra quer no piano. A voz emblemática de Vincent - uma marca dos Anathema - não deixou ninguém desiludido. E até tivemos direito a ouvir a música "Eleanor Rigby", dos Beatles! Em suma, esta noite os manos mostraram porque é que os Anathema são considerados uma das melhores bandas de sempre do rock gótico.
As músicas melancólicas, nostálgicas e muitas vezes tristes não se reflectem na forma de estar dos irmãos Cavanagh. Sempre extremamente simpáticos, brincalhões e sorridentes não hesitaram em autografar os CDs do álbum "Alternative 4" que eu e o Ragnav levámos connosco. Ao trocar-se ideias com eles também se nota que são pessoas muito acessíveis e que falam de igual para igual com o público. Até neste aspecto os brindo com a nota máxima!
Em resumo, este foi um serão perfeito! As reservas que existiam tanto para o concerto de hoje como para o de Leiria, que tem lugar amanhã, esgotaram há vários dias. Cento e setenta e cinco lugares foram nitidamente pouco para tanta procura, e soube a pouco também a fantástica hora e meia que nos ofereceram sobretudo de emoções fortes. Não me importava que tivesse durado até de madrugada...

2004-12-01

Evergrey "The Inner Circle" (2004)


Classificação: 9/10

por Ragnav

Os Evergrey são uma banda única e conseguem gerar atmosferas únicas nas suas músicas. Numa altura em que existem N bandas iguais umas às outras é saudável encontrar uma banda que se demarca das demais.
Além do excelente trabalho de guitarra de Danhage temos um vocalista com uma voz única, Tom Englund, e que pelo menos é destinguível das demais. Após o excelente Recreation Day temos agora Inner Circle, que é desde já também um excelente álbum; talvez não me fascine tanto como o anterior porque esse foi o meu primeiro contacto com a banda.
Temos aqui uma banda de Prog/Power, em que as características técnicas estão visíveis mas que nunca entra no campo da demonstração técnica, e é aqui que os Evergrey se destacam. Temos uma componente melódica forte, logo em Ambassador, uma das boas canções do álbum. É importante equilibrar as coisas pois nem só de técnica se vive.
A presença de teclados e orquestrações é maior neste álbum, o que revela um amadurecer da banda bem como o aumento das suas capacidades criativas. Não é um álbum fácil e na primeira audição passou-me ao lado; deve ser ouvido com atenção porque as músicas têm pormenores, e aqui mais uma vez a capacidade de interpretação de Englund destaca-se. Em In the Wake of the Weary, alarga-se a palete de sons com a entrada de uma voz feminina. Não vou destacar músicas, o álbum vale por um todo, mas estamos na presença do que já se afirmou: uma das bandas de Prog / Power de topo, que a cada álbum se torna melhor.
Ainda não sei qual prefiro, se este ou o Recreation Day...

CONCERTO: Epica + Visions of Atlantis (Alenquer, 2004-11-16)

por Ragnav

Terça, um frio do caraças, 22 horas, Alenquer. Tudo corria bem, bebi o meu café, o Rock House é uma excelente casa, o palco tipo primeiro balcão é engraçado, as bandas são colocadas numa varanda de admiração e eis que entram os Visions of Atlantis. E como disse, o dia até aqui corria bem.
Miúda gira, a vocalista, que logo na primeira música nos brinda com os seus dotes vocais mas algo tipo metrelhadora deixada cair: dispara que nem uma doida, sem controlo; ainda tem de aprender mas tem potencial. Já o outro vocalista, enfim, nada de especial, não me apercebi de momentos de desafinação mas falta força na voz, e espírito. No fundo é o que acho que falta à banda toda, espírito e talento.
A secção rítmica está bem mas o guitarrista ainda é muito verde e por vezes notam-se falhas, nomeadamente nas entradas no solo, normalmente fora de tempo; o próprio solo é muito fraco, más transicções de notas, pregos e uma sensação de que se podia fazer melhor daqui a uns anos. As músicas são banais, muito coladas a Nightwish, reminiscências de um Oceanborn e até Wishmaster são óbvias, mas são só reminiscências, nunca se notou algo que pudesse revelar uma banda com futuro. Acho que os austríacos já paravam de lançar bandas, pois desde os Dream of Sanity que não oiço nada de jeito da Áustria, nem mesmo os Edenbridge.
Depois vêm os Epica e aqui a loiça é diferente, e partiram-na toda. E o dia voltou a correr melhor. Após parar de babar com a vocalista que é muito bonita mesmo, lá comecei a ouvir o concerto. Nas duas primeiras músicas tiveram alguns problemas de som, as guitarras estavam muito baixas, mas isso talvez seja o meu gosto pessoal.
E estas foram as piores músicas, ou porque estavam nervosos ou por falta de preparação parecia faltar algo, a voz dela estava mal, também por andar aos pulos e em headbangings, ou talvez por falta de aquecimento vocal.
A partir daqui encontraram-se, e apesar de um público frio conseguiram conquistar a plateia com momentos altos como Feint acústico. Não se notaram falhas por partes dos músicos, em tempo, afinados, muito bom, muito profissionais; apesar disso notava-se no final que o baixista já estava um bocado farto.
Uma nota para os excelentes vocalistas que os Epica têm, não só ela mas também o guitarrista com uma voz poderosa que vai do Growling a um Skrieshing poderoso. Um bom concerto dos Epica onde o que pecou foi mesmo o Rock House ter um primeiro andar com mesas e quererem pôr o pessoal a ver concertos sentados, não se enquadra no espírito e os músicos mostraram isso mesmo à malta que não vibra com o espectáculo, quando só puxavam pelo público do andar de baixo.
Ah!, e também pecaram os Visions of Atlantis, espero que crescam e maturem porque por agora aquilo está mau...

Arcturus "The Sham Mirrors" (2002)


Classificação: 9/10

por Ragnav

Este é o mais recente álbum do super grupo de Black Metal Norueguês, mas desengane-se quem espera algo como Emperor, Dark Funeral, Dark Throne ou Mayhem, porque não tem nada a ver. Os Arcturus são uma banda à parte e se arriscasse um estilo colocava-os num Black Metal Progressivo, estranho no mínimo.
As músicas constroem ambientes e imagens surreais, levam-nos do espaço sideral em "Kinetic" ao inferno em "Nightmare Heaven" (só neste título se explana o estranho mundo desta banda), passando pelos devaneios de um Samuel Beckett em "For to end yet again" com estranhas preocupações mundanas.
Neste álbum temos uma produção melhor que nos anteriores e as guitarras assumem um papel mais importante, cabendo a Knut um trabalho mais elaborado. No entanto a magia reside ainda em Sverd, o teclista, que cria atmosferas "autisticas" e surreais com os seus samples enquanto noutras passagens nos dá excelentes melodias.
Krystoffer Rygg, aka Garm, aka Trikster G Rex, tem um estilo de cantar único - umas vezes agressivo, outras melódico. Depois vem Axel vom Blomberg, um excelente baterista que prova que não é só velocidade que interessa: temos técnica, passando do Black Metal a passagens muito técnicas de jazz, contratempos e blast beats.
Das músicas, há a destacar Ad Absurdum, Kinetic, e a excelente Radical Cut, aqui com a participação de Ishan. O álbum tem uma duração de quase 45 minutos que sabem a pouco. Resumindo: a ter, como todos os outros albuns de Arcturus. Dou um 4,5 porque já existe o "Masquerade Infernale", senão dava um 5.

Iron Maiden "Dance of Death" (2004)


Classificação: 6,5/10
por Centaurus

Para quem os ouve há muitos anos, como eu, a fase actual dos Iron Maiden não é a mais interessante. Este "Dance of Death" propaga o mesmo estilo de "Brave New World", mas consegue ser um pouco mais discreto em virtude de não trazer nada de novo ("Brave New World" foi o regresso de Bruce Dickinson e Adrian Smith - ficando a banda com três guitarristas - factor que contribuiu para uma certa curiosidade e publicidade em seu redor).
"Dance of Death" está bem ao estilo dos Maiden da década de 90 e parece ser uma mistura à base dos álbuns produzidos durante aqueles anos. É evidente que a banda continua a saber tocar muito bem; no entanto não tem inovado e já se torna cansativo comprar um álbum sabendo de antemão o que lá vem dentro.
Para quem colecciona os álbuns de Maiden, como eu, é mais um item a preencher a prateleira. Para os outros, existem títulos bastante mais interessantes a adquirir.