2007-03-19

Sirenia "Nine Destinies And A Downfall" (2007)

Classificação: 6/10
por Centaurus

Apresentando-se no campo do gothic metal, os dois primeiros álbuns dos Sirenia exploraram uma sonoridade muito rica (uma voz masculina a roçar o doom/death e que contrastava com a melodiosa voz feminina, solos de guitarra que por vezes até soavam a In Flames, coros que pareciam vindos dos Therion ou dos Epica, diversos solos de violino e oboé e, por último, sintetizadores que completavam a atmosfera épica). Pessoalmente apreciei bastante aqueles dois trabalhos e aquilo que me impediu de os considerar excelentes foi a (péssima) produção que, incapaz de gerir a diversidade de sons, aglutinava tudo de uma forma irritante e que me arranhava os tímpanos, impedindo-me de ouvir um álbum inteiro de uma vez só.
Apareceu agora o terceiro trabalho deste grupo, intitulado "Nine Destinies and a Downfall". As duas primeiras músicas indicam imediatamente uma aproximação ao rock gótico (mais suave) na onda dos Edenbridge (mas com uma voz menos irritante) e dos Xandria (mas com guitarras menos fortes). Só ela canta, os refrões são fáceis e (demasiado) melódicos e os coros, aparecendo, não o fazem de uma forma tão vincada. Diminuiu a presença do sintetizador e de orquestra pouco se ouve. A terceira música já nos introduz alguns solos de guitarra, com uma sonoridade diferente dos primeiros álbuns. Na quarta música, que é provavelmente a melhor do álbum, chega-nos a voz masculina gutural (mas que, tirando em Downfall, já não é doom/death e se aproxima do gótico habitual). Mais à frente, a voz masculina também aparece limpa. A produção melhorou bastante (já consegui ouvir um álbum todo de seguida). A orquestra está lá (quase sempre em samples) mas pouco.
Concluindo, com excepção dos coros os Sirenia desistiram da atmosfera dos primeiros álbuns e enveredaram para um gótico mais banal. Ela, como cantora principal, não tem muita presença. Com este álbum penso que, como já se faz muito disto hoje em dia, e como o grupo não tem algo que faça verdadeiramente a diferença, não me parece que os Sirenia consigam conquistar um espaço no meio dos que já estão neste estilo há mais tempo.

2005-09-04

A minha "playlist" de 2004 (20 músicas)

1. After Forever - Sins Of Idialism (Invisible Circles)
"Invisible Circles" não é um trabalho genial, mas mostra que a banda atingiu a maturidade e está preparada para mais altos vôos. Existe uma maior agressividade neste último trabalho, que é um "concept album" e beneficia de uma produção melhor que os anteriores.

2. Derek Sherinian - God Of War (Mythology)
O ex-membro dos Dream Theater já não tem nada a provar, e o quarto trabalho editado com o seu nome não deve ser poupado a elogios... instrumental progressivo, puro e duro que não fica nada a dever ao som da ex-banda.

3. Dragonforce - Cry Of The Brave (Sonic Firestorm)
Não sendo fã incondicional dos Dragonforce, sobretudo por causa da voz do vocalista, gosto bastante dos temas e reconheço que não lhes falta adrenalina! São uma grande revelação e provavelmente criaram o conceito de speed-power-metal :) Este álbum valeu-lhes o reconhecimento pleno e alguns concertos com os Iron Maiden.

4. Elvenking - The Silk Dilemma (Wyrd)
Gosto muito de folk metal. Os Elvenking não são os meus favoritos, mas fazem-me esquecer que não gosto de cerveja e desejar estar num bar a cantarolar os refrões parolos... só por isso, este seu último trabalho merece uma reverência!

5. Evergrey - Ambassador (The Inner Circle)
Apesar de preferir o "Recreation Day", também gosto bastante do último álbum dos Evergrey. Possui uma atmosfera mais pesada e afastou-se do power metal, sendo já quase exclusivamente progressivo.

6. Freedom Call - Freedom Call (Live Invasion)
Freedom Call ao vivo! Berrem que nem uns doidos, mesmo desafinados que ninguém nota!

7. Joe Satriani - The Souls Of Distortion (Is There Love In Space)
Quando o "Mestre" se lembra de aparecer, lá volta a nostalgia dos bons velhos tempos misturada com um som agradável e bom tecnicamente.

8. Leaves Eyes - Into Your Light (Lovelorn)
Penso que a Liv Kristine adquiriu o desejo de obter mais protagonismo, o que levou a um ambiente estranho nos Theatre of Tragedy, que perderam definitivamente a identidade sonora depois de Aégis. A voz de Liv necessita de um complemento masculino e esta nova banda ouve-se mais pela nostalgia dos tempos passados.

9. Mercenary - 11 Dreams (11 Dreams)
Não conheço pessoalmente quem já tenha ouvido falar dos Mercenary, tirando o Ragnav - a quem eu falei deles :) Têm algumas boas passagens, o álbum é agradável e esta música faz-nos "abanar o capacete".

10. Nightwish - Creek Mary's Blood (Once)
É enorme a minha admiração pela música dos Nightwish e são uma das minhas bandas favoritas. Fiquei muito surpreendido pela positiva com o novo álbum: quando praticamente já se deparava com a inevitabilidade da repetição, surgiram novas ideias e uma sonoridade refrescante. Imperdível.

11. Orphaned Land - Halo Dies (Mabool)
Para mim esta é a revelação e o álbum do ano de 2004. Não vou fazer qualquer outro comentário, pois já falei de Mabool neste blog.

12. Pain of Salvation - Iter Impius (Be)
Embora seja normalmente classificada de "progressiva", creio que não existe uma categoria onde possamos encaixar esta banda. Só posso dizer que é original, muito interessante e tecnicamente irrepreensível.

13. Rhapsody - Unholy Warcry (Symphony Of Enchanted Lands II)
O último álbum dos Rhapsody foi tão planeado e trabalhado ao pormenor que acabou por ficar aquém das expectativas e não chega sequer ao nível dos anteriores. Mas apesar disso, todos os álbuns dos Rhapsody têm um ou dois "hinos" que acabamos por cantarolar. Este é o "hino" de Symphony Of Enchanted Lands II e só por isso vale a pena estar na lista.

14. Sirenia - Voices Within (An Elixir For Existence)
O mercado de "bela voz feminina com acompanhante grunho" começa a ficar saturado, mas pela magnificiência da orquestração e dos coros, e pela beleza dos solos de violino e do som das guitarras clássicas, os Sirenia merecem uma referência. Continuarei a acompanhá-los com muito interesse.

15. Skyclad - Another Drinking Song (A Semblance Of Normality)
Não sou fã dos Skyclad! Mas uma música com este título só podia estar na playlist :D Agora a sério, gosto bastante desta música e... bem, venham lá as canecas!

16. Sonata Arctica - Misplaced (Reckoning Night)
Os Rhapsody prometiam o álbum do ano no power metal, mas os Sonata Arctica não deram hipótese a qualquer banda e reclamaram para si o prémio. Recomendo vivamente este Reckoning Night.

17. Sunterra - Lost Time (Lost Time)
Mais uma banda de "bela voz bela feminina com acompanhante grunho". Neste caso com uma particularidade: o flautista faz parte integrante da banda. Apesar disso, a continuar nesta linha os Sunterra não se deverão demarcar das outras bandas do género nem obter grande protagonismo, mas são agradáveis de se ouvir.

18. Therion - Son Of The Sun (Sirius B)
Dois álbuns de uma vez que marcam uma reviravolta surpreendente na sonoridade dos Therion, que vão buscar algumas das suas raízes e nos oferecem o melhor da sua carreira... até ao momento, claro! A não perder.

19. Threshold - Mission Profile (Subsurface)
Mais uma banda progressiva da qual fiquei adepto após o álbum editado em 2004. Não direi que são os melhores no género, mas possuem um trunfo muito importante: a audição é fácil e por isso constituem uma boa "porta de entrada" ao recém-ouvinte do progressivo.

20. Xandria - Ravenheart (Ravenheart)
Uma voz melodiosa e composições bastante agradáveis e sem grandes exigências técnicas. Boa música para "descontrair" no campo do metal, e grandes expectativas para o álbum de 2005 intitulado "India".

2005-04-13

Lista de 2004

Lista de top 10 de 2004.

Antes de ler a lista é de realçar 2 pontos:
1 – A ordem do álbuns não é determinante, ou seja, não quer dizer que o 1º é melhor que o 2º simplesmente estão por ordem alfabética.
2 – Muitos dirão que o álbum “qq coisa “ é melhor que estes, pois bem, é possível, no entanto este blog é feito sem o apoio de ninguém e sai do nosso couro como tal, não ouvimos as releases todas, falamos aqui daquilo que conseguimos arranjar e ouvir.

1 – After Forever – Invisible Circles
Grande álbum, nota-se a evolução da banda, muitos mais samples e uma notória maturidade na música que fazem, os After Forever assumem-se como uma das grandes bandas do momento, mostrando neste álbum um grande talento para histórias e música. O único contra do álbum são as partes faladas, que são bastante fracas, é a única nódoa num trabalho muito bem conseguido.

2 – Amon Amarth – Fate of Norns
Um excelente álbum desta banda de death com influências vikings.
Se bem que mais lento que os antecessores,o que para muitos é um ponto contra, par mim é um excelente álbum. Death Metal do melhor, mais melódico, que é sempre um ponto a seu favor.

3 – Ayreon – Human Equation
Arjen lucassen de regresso, após um interlúdio, chega-nos um álbum recheado de grandes nomes James La Brie (Dream Theater), Mikael Akerfeldt (Opeth), Devin Townsend, entre outros, e o próprio Arjen, consegue compor um álbum onde nos oferece uma palete de vozes e sons incrível, tendo como pano de fundo uma boa história, desde influências folk a progressivo, e algum psicadelismo, está lá tudo. De realçar a excelente escolha de vozes, aqui temos uma ópera verdadeira, em que as personagens são distinguíveis pela sua voz e não somente quando se está a ler a letra.

4 – Evergrey – Inner Circle
Devo de admitir que este álbum não me disse muito no início, mas após lhe ser prestada alguma atenção é muito bom, os Evergrey são sem dúvida uma grande banda.
Já revisto no blog.

5 – Dragonforce – Sonic Firestorm
Obra prima sem dúvida, velocidade, técnica, melodia, tudo em grandes canções, de proporções épicas, grande álbum.
De análise mais demorada neste blog, o novo caminho do power metal, se alguém o conseguir acompanhar.

6 – My dying bride – Songs of darkness Words of light
Dispensam apresentações, neste album um regresso ás origens, doom gótico do melhor que já ouvi, um grande álbum de uma grande banda.
Beleza e drama, melancolia e raiva em proporções certas.

7 – Nightwish – Once
Admito que estava apreensivo em relação a este álbum, “Mais wishmaster”, pensei eu, mas não, os Nightwish mostraram o novo patamar da sua carreira, estabeleceram novos limites às suas músicas e ganharam, tirando o Nemo, mas de resto, um óptimo álbum, excelente produção e a marcar, sem dúvida, 2004.

8 – Sonata Artica – Reckoning Night
Que dizer de uma banda que, quanto a mim, é o maior bastião do power metal finlandês.
Lançaram um álbum que das melhores músicas que já fizeram, estão a tocar melhor e isso nota-se na maior complexidade das músicas, continuam a ter grandes melodias e a saber aplicá-las na perfeição.
This ain’t your fayritale – clássico imediato.

9 – SYL – Strapping Young Lad
Alguém os segure.
Aqui há tempos o Devin Townsend disse que ía parar os SYL, que já não tinha raiva para isto, mas pasme-se está bem danado o moço.
Somos espancados por sons, blast beats brutais (Grande Gene Hoglan), vocalizções que não sabemos de onde vêm com o toque de génio do que é também um dos grandes produtores actuais.
Admito que ouvir de uma vez é difícil, mas é um grande álbum, que requer estofo para se ouvir.

10 – Xandria – Ravenheart
Primeiro álbum de uma banda que vai longe, excelentes canções góticas, do melhor que já se fez na linha do gótico melódico.
Com uma excelente vocalista, e muito bonita também, conseguiram fazer algo que os distingue das demais.

2005-03-10

Pain of Salvation "Be" (2004)


Classificação: 8,5/10

por Ragnav


Regresso da banda sueca, com um álbum conceptual sobre a existência do ser. Grandes canções, onde se explana a capacidade musical desta banda, sem falhas e uma produção excelente. Ao longo do álbum somos levados a equacionar a vida, a existência, ouvimos o gravador de chamadas de Deus - que aparentemente nunca está em casa.
Temos momentos de folk, logo na abertura, momentos de metal progressivo, a fazer lembrar Dream Theater - mas não se leve em exagero a comparação, os Pain of Salvation são uma banda no seu direito próprio, com o seu próprio estilo e isso nota-se muito bem na diversidade existente no álbum.
Um muito bom álbum de rock/metal progressivo, de uma excelente banda, que deve ser ouvido várias vezes para se apreciar na totalidade.

2005-01-09

Orphaned Land "Mabool" (2004)


Classificação: 9/10

por Centaurus

Considero ser este o grande álbum do ano de 2004. Os Orphaned Land regressam após oito anos de ausência e, apesar de ainda apresentar alguns traços similares com "El Nora Elila", este álbum representa certamente um passo de gigante na carreira e que aumenta em muito as expectativas em relação à progressão da banda. Desde letras cantadas em inglês, latim e hebreu à introdução de instrumentos provenientes de culturas diferentes temos de tudo um pouco. Todas as músicas estão muito bem elaboradas e a produção é excelente. Não sei muito bem em que estilo enquadrar o álbum mas isso é perfeitamente irrelevante. Temos aqui um álbum revelação, absolutamente imperdível...

2004-12-08

Início

Hail (Saudação de um true) (lol)
Fica aqui iniciada a minha cooperação mais activa com este blog, que espero ser contínua e bastante produtiva.
Aproveito e também testo isto.

Abraço ao Centaurus e a todos os leitores.

Ragnav

2004-12-04

CONCERTO: Anathema (Lisboa, 2004-12-03)

por Centaurus

Cheguei agora a casa vindo de um magnífico concerto acústico dado pelos irmãos Cavanagh, dos Anathema, no Auditório do Instituto Português da Juventude (perto da Expo, Lisboa). Vincent (voz e guitarra) e Daniel (guitarra, teclado e voz) fizeram-se acompanhar por um violoncelista para oferecer aquele que foi um dos melhores concertos a que já assisti - e a que provavelmente assistirei!
Para quem não conhece, os Anathema começaram por ser uma banda de doom metal, em 1990. Desde então têm progredido para um suave rock gótico, muito melancólico e nostálgico. O concerto acústico (que não teve nada a ver com metal, evidentemente) foi mais do que apenas brilhante. Com temas como "Angelica", "Fragile Dreams" e "Are You There", os irmãos Cavanagh conseguiram transmitir musicalmente uma carga emocional muito forte - já existente nas versões originais, sendo que ao vivo se apresenta de uma forma ainda mais poderosa - que deixa qualquer pessoa minimamente sensível completamente rendida.
Tecnicamente o concerto foi também muito bom. Daniel mostrou ser um excelente intérprete, quer na guitarra quer no piano. A voz emblemática de Vincent - uma marca dos Anathema - não deixou ninguém desiludido. E até tivemos direito a ouvir a música "Eleanor Rigby", dos Beatles! Em suma, esta noite os manos mostraram porque é que os Anathema são considerados uma das melhores bandas de sempre do rock gótico.
As músicas melancólicas, nostálgicas e muitas vezes tristes não se reflectem na forma de estar dos irmãos Cavanagh. Sempre extremamente simpáticos, brincalhões e sorridentes não hesitaram em autografar os CDs do álbum "Alternative 4" que eu e o Ragnav levámos connosco. Ao trocar-se ideias com eles também se nota que são pessoas muito acessíveis e que falam de igual para igual com o público. Até neste aspecto os brindo com a nota máxima!
Em resumo, este foi um serão perfeito! As reservas que existiam tanto para o concerto de hoje como para o de Leiria, que tem lugar amanhã, esgotaram há vários dias. Cento e setenta e cinco lugares foram nitidamente pouco para tanta procura, e soube a pouco também a fantástica hora e meia que nos ofereceram sobretudo de emoções fortes. Não me importava que tivesse durado até de madrugada...

2004-12-01

Evergrey "The Inner Circle" (2004)


Classificação: 9/10

por Ragnav

Os Evergrey são uma banda única e conseguem gerar atmosferas únicas nas suas músicas. Numa altura em que existem N bandas iguais umas às outras é saudável encontrar uma banda que se demarca das demais.
Além do excelente trabalho de guitarra de Danhage temos um vocalista com uma voz única, Tom Englund, e que pelo menos é destinguível das demais. Após o excelente Recreation Day temos agora Inner Circle, que é desde já também um excelente álbum; talvez não me fascine tanto como o anterior porque esse foi o meu primeiro contacto com a banda.
Temos aqui uma banda de Prog/Power, em que as características técnicas estão visíveis mas que nunca entra no campo da demonstração técnica, e é aqui que os Evergrey se destacam. Temos uma componente melódica forte, logo em Ambassador, uma das boas canções do álbum. É importante equilibrar as coisas pois nem só de técnica se vive.
A presença de teclados e orquestrações é maior neste álbum, o que revela um amadurecer da banda bem como o aumento das suas capacidades criativas. Não é um álbum fácil e na primeira audição passou-me ao lado; deve ser ouvido com atenção porque as músicas têm pormenores, e aqui mais uma vez a capacidade de interpretação de Englund destaca-se. Em In the Wake of the Weary, alarga-se a palete de sons com a entrada de uma voz feminina. Não vou destacar músicas, o álbum vale por um todo, mas estamos na presença do que já se afirmou: uma das bandas de Prog / Power de topo, que a cada álbum se torna melhor.
Ainda não sei qual prefiro, se este ou o Recreation Day...

CONCERTO: Epica + Visions of Atlantis (Alenquer, 2004-11-16)

por Ragnav

Terça, um frio do caraças, 22 horas, Alenquer. Tudo corria bem, bebi o meu café, o Rock House é uma excelente casa, o palco tipo primeiro balcão é engraçado, as bandas são colocadas numa varanda de admiração e eis que entram os Visions of Atlantis. E como disse, o dia até aqui corria bem.
Miúda gira, a vocalista, que logo na primeira música nos brinda com os seus dotes vocais mas algo tipo metrelhadora deixada cair: dispara que nem uma doida, sem controlo; ainda tem de aprender mas tem potencial. Já o outro vocalista, enfim, nada de especial, não me apercebi de momentos de desafinação mas falta força na voz, e espírito. No fundo é o que acho que falta à banda toda, espírito e talento.
A secção rítmica está bem mas o guitarrista ainda é muito verde e por vezes notam-se falhas, nomeadamente nas entradas no solo, normalmente fora de tempo; o próprio solo é muito fraco, más transicções de notas, pregos e uma sensação de que se podia fazer melhor daqui a uns anos. As músicas são banais, muito coladas a Nightwish, reminiscências de um Oceanborn e até Wishmaster são óbvias, mas são só reminiscências, nunca se notou algo que pudesse revelar uma banda com futuro. Acho que os austríacos já paravam de lançar bandas, pois desde os Dream of Sanity que não oiço nada de jeito da Áustria, nem mesmo os Edenbridge.
Depois vêm os Epica e aqui a loiça é diferente, e partiram-na toda. E o dia voltou a correr melhor. Após parar de babar com a vocalista que é muito bonita mesmo, lá comecei a ouvir o concerto. Nas duas primeiras músicas tiveram alguns problemas de som, as guitarras estavam muito baixas, mas isso talvez seja o meu gosto pessoal.
E estas foram as piores músicas, ou porque estavam nervosos ou por falta de preparação parecia faltar algo, a voz dela estava mal, também por andar aos pulos e em headbangings, ou talvez por falta de aquecimento vocal.
A partir daqui encontraram-se, e apesar de um público frio conseguiram conquistar a plateia com momentos altos como Feint acústico. Não se notaram falhas por partes dos músicos, em tempo, afinados, muito bom, muito profissionais; apesar disso notava-se no final que o baixista já estava um bocado farto.
Uma nota para os excelentes vocalistas que os Epica têm, não só ela mas também o guitarrista com uma voz poderosa que vai do Growling a um Skrieshing poderoso. Um bom concerto dos Epica onde o que pecou foi mesmo o Rock House ter um primeiro andar com mesas e quererem pôr o pessoal a ver concertos sentados, não se enquadra no espírito e os músicos mostraram isso mesmo à malta que não vibra com o espectáculo, quando só puxavam pelo público do andar de baixo.
Ah!, e também pecaram os Visions of Atlantis, espero que crescam e maturem porque por agora aquilo está mau...

Arcturus "The Sham Mirrors" (2002)


Classificação: 9/10

por Ragnav

Este é o mais recente álbum do super grupo de Black Metal Norueguês, mas desengane-se quem espera algo como Emperor, Dark Funeral, Dark Throne ou Mayhem, porque não tem nada a ver. Os Arcturus são uma banda à parte e se arriscasse um estilo colocava-os num Black Metal Progressivo, estranho no mínimo.
As músicas constroem ambientes e imagens surreais, levam-nos do espaço sideral em "Kinetic" ao inferno em "Nightmare Heaven" (só neste título se explana o estranho mundo desta banda), passando pelos devaneios de um Samuel Beckett em "For to end yet again" com estranhas preocupações mundanas.
Neste álbum temos uma produção melhor que nos anteriores e as guitarras assumem um papel mais importante, cabendo a Knut um trabalho mais elaborado. No entanto a magia reside ainda em Sverd, o teclista, que cria atmosferas "autisticas" e surreais com os seus samples enquanto noutras passagens nos dá excelentes melodias.
Krystoffer Rygg, aka Garm, aka Trikster G Rex, tem um estilo de cantar único - umas vezes agressivo, outras melódico. Depois vem Axel vom Blomberg, um excelente baterista que prova que não é só velocidade que interessa: temos técnica, passando do Black Metal a passagens muito técnicas de jazz, contratempos e blast beats.
Das músicas, há a destacar Ad Absurdum, Kinetic, e a excelente Radical Cut, aqui com a participação de Ishan. O álbum tem uma duração de quase 45 minutos que sabem a pouco. Resumindo: a ter, como todos os outros albuns de Arcturus. Dou um 4,5 porque já existe o "Masquerade Infernale", senão dava um 5.

Iron Maiden "Dance of Death" (2004)


Classificação: 6,5/10
por Centaurus

Para quem os ouve há muitos anos, como eu, a fase actual dos Iron Maiden não é a mais interessante. Este "Dance of Death" propaga o mesmo estilo de "Brave New World", mas consegue ser um pouco mais discreto em virtude de não trazer nada de novo ("Brave New World" foi o regresso de Bruce Dickinson e Adrian Smith - ficando a banda com três guitarristas - factor que contribuiu para uma certa curiosidade e publicidade em seu redor).
"Dance of Death" está bem ao estilo dos Maiden da década de 90 e parece ser uma mistura à base dos álbuns produzidos durante aqueles anos. É evidente que a banda continua a saber tocar muito bem; no entanto não tem inovado e já se torna cansativo comprar um álbum sabendo de antemão o que lá vem dentro.
Para quem colecciona os álbuns de Maiden, como eu, é mais um item a preencher a prateleira. Para os outros, existem títulos bastante mais interessantes a adquirir.